É tão aparentemente inexplicável que parece algo mágico que independe de nossa vontade. Ledo engano...
A magia é nosso próprio estado neurofisiológico. A consciência disso é somente o início de nossa caminhada pela mudança – que pode multiplicar nossas “marés de sorte”. A chave é ficarmos atentos aos nossos estados e, assim, poder controlar nosso comportamento, pois este é resultado daquele.
A novidade é que, quando conscientes e determinados, temos poder sobre nossos estados; podendo escolher a forma como as situações externas vão nos afetar (positiva ou negativamente).
O que acontece normalmente é que vemos uma coisa ou passamos por uma situação e respondemos a ela entrando num estado – que pode ser rico em recursos positivos ou completamente limitante.
Mas, como direcionar o estado?
Aqui, consideramos dois fatores muito importantes :
- Nossas representações internas.
A forma como representamos internamente o que vemos, ouvimos e sentimos acabam criando um estado e gerando um tipo de comportamento.
Por exemplo:
Você está esperando a vizinha que ficou de buscar seu filho na escola de carro. Ela está bem atrasada.
Você pode pensar:
A- “Ela é mesmo uma pessoa em quem não se pode confiar – deve ter se atrasado por alguma bobagem ou desleixo, meu filho está na escola esperando... É uma grande falta de respeito comigo e com ele.” – Esta forma de representar a situação lhe trará Raiva
B- “Alguma coisa deve ter acontecido... Certamente houve algum acidente e ela nem pôde se comunicar... Será que meu filho está bem? Será que está sofrendo de alguma forma? Será que ainda está vivo?” - Esta forma de representar a situação lhe trará Medo e Desespero.
C- “O transito é mesmo infernal neste horário... Tem dias que se leva “horas” para cruzar a rótula... E só para estacionar próximo à escola já é complicado... Coitada da “fulana”, já deve estar cansada...” - Esta forma de representar a situação lhe trará compreensão e solidariedade.
Para cada forma diferente de representar a situação se acessará uma emoção diferente e um comportamento conseqüente.
As representações que usamos têm origem em nossa experiência pessoal e nas escolhas que fizemos durante nossa vida, mas, também há outro fator:
- O nosso padrão de uso de nossa fisiologia.
A condição de nossa fisiologia afeta profundamente a forma como representamos as situações internamente e as reações que teremos a elas.
Quando estivermos num estado fisiológico de tensão, cansaço, dor ou mesmo com pouco açúcar no sangue, tenderemos a nos afinizar com emoções negativas, assumindo comportamentos coerentes com estas emoções.
Quando estivermos num estado fisiológico de tranqüilidade, alegria e conforto, tenderemos a nos afinizar com emoções mais positivas e veremos o mundo mais colorido e vibrante.
Se quisermos dirigir nossos estados, então, devemos aprender a controlar e dirigir nossas representações internas e nossa fisiologia. E isso é possível!
Através de nossos sentidos, captamos os acontecimentos externos e os transmitimos ao cérebro. Por não termos condições de absorver todos os milhares de estímulos contidos em uma simples situação, o cérebro usa processos de distorção, cancelamento e generalização, fazendo uma filtragem do acontecimento para criar uma representação interna dele. Esta representação também servirá como componente de filtro para representar uma experiência posterior, e assim por diante.
Como estas representações são completamente individuais e geram estados, independentemente da realidade, por que não manipulamos nossas representações para criar estados ricos de recursos? Como?
Lembrando que, à princípio, não há nada intrinsecamente Mau ou Bom - em qualquer situação ou acontecimento, se tem muitas coisas em que se pode enfocar.
Por exemplo:
Hoje acordei e me deparei com uma manhã de céu limpo e sol brilhante.
Dependendo do foco, posso pensar:
- “Que dia maravilhoso! Dias assim me fazem pensar que a vida realmente vale a pena e que a natureza é fantástica em nos presentear com suas belezas!” Ou,
- “Que desgraça! Vai ser mais um daqueles dias de calor infernal em que a gente se arrepende de estar vivo!”
De que forma você tem escolhido pensar? Quais crenças o movem? Qual o seu foco?
Se não escolhemos, conscientemente, o estado em que desejamos estar, ficamos à mercê de escolhas aleatórias de nossos sistemas.
Torne sua escolha consciente! A cada acontecimento de sua vida, esteja consciente e escolha a forma como o quer representar.
Você pode sim! É uma questão de praticar, até que se torne cada vez mais automático representar as coisas de forma positiva e leve.
È claro que, mesmo ativando estados ricos de recursos, nem sempre alcançamos tudo o que desejamos, mas, aumentamos grandemente a possibilidade de sucesso.