quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Minha família livre das drogas

Não podemos negar que muito se evoluiu no que tange os relacionamentos familiares. Há pouco tempo atrás a educação infantil incluía impor que os filhos tivessem medo dos pais. Medo, sim! Claro que vinha camuflado de “respeito” – pois era assim que se classificava esta parte da educação. As crianças não ousavam desobedecer aos pais, por que se não... E eram usados corretivos bastante drásticos quando só a ameaça não resolvia. Na verdade, “Respeito” passa muito longe de “Medo”.


O que estou dizendo talvez possa chocar algumas pessoas, pois, não é incomum escutarmos alguém louvando a educação que tinham as crianças num passado próximo. Uma  boa parte destas crianças se transformou em adulto com dificuldades emocionais e afetivas.

Na historia de impor “respeito”, os pais acabavam afastando seus filhos e negando a eles uma opinião própria, embotando o desenvolvimento de uma personalidade saudável e criativa.

É claro que esta situação não é uma regra. Sempre houve pais sensíveis o suficiente para entender o verdadeiro significado da palavra “respeito” e imprimir sua verdade na educação dos seus pequenos.

Então, nas últimas décadas, com o aumento da facilidade de acesso às drogas, alguns de nossos jovens filhos acabaram caindo na tentação de preencher o vazio que havia em suas vidas.

As drogas vieram lhes dar sensações de segurança, de capacidade, de calma, de euforia e tantas outras que a própria personalidade não fornecia... Nunca desconsidero que os pais, no processo de educação de seus filhos, sempre têm a melhor intenção possível. O que fazem, mesmo quando erram, estão fazendo por amor e com a vontade de acertar.

Como pais, acertamos e erramos, e precisamos estar conscientes disso. Precisamos baixar nossa guarda e entender que podemos, sim, voltar atrás, rever nossas atitudes e, eternamente, reformular nossos princípios.

Em algum momento de nossas vidas, estabelecemos nossos próprios conceitos do que é certo e do que é errado. Regramos nossas vidas sobre esta verdade estabelecida. Mas, quando nos envolvemos no duro trabalho de educar outro ser, não podemos deixar que nosso orgulho torne nossos conceitos rígidos demais. Afinal, se fomos incumbidos desta missão tão difícil, é porque precisamos também aprender com ela. Se estamos neste mundo para nos desenvolvermos como seres humanos, está aí nossa grande oportunidade.

A luta da família contra as drogas precisa iniciar-se na mudança de atitude.
Se você está iniciando sua jornada de educação de um filho, comece acertando. Sim, você pode! Esteja atento às informações que seguem e tente adaptá-las a sua jornada, evitando transtornos futuros.

Se você tem a verdadeira intenção de que seus filhos desenvolvam uma personalidade saudável e que não se envolvam com drogas, prepare-se para imprimir mudanças em sua vida e em seus conceitos. 


- Comece desenvolvendo sua própria capacidade de diálogo. Seu filho precisa dialogar com você, precisa saber que você está presente, que pode contar com você – ele precisa confiar em você. Você tem que deixar claro seu laço afetivo com ele. A família não pode se tornar simplesmente um grupo de pessoas que convive no mesmo espaço. É necessário que o convívio forneça amor e segurança e que haja espaço para as expressões mais verdadeiras – mesmo quando forem duras de serem ouvidas. 


- Quando seu filho apresentar ou se envolver em algum problema, tente se acalmar para fazer uma avaliação justa da situação. Seus erros devem ser bem avaliados e corrigidos. É importante que ele também possa avaliar o próprio erro, entendendo-o e ajudando na solução.

- Ninguém esta livre de se envolver em dificuldades, isso faz parte da vida. Quando isso acontecer com ele, oriente-o, ajude-o, esteja por perto e atento, mas, não resolva por ele. Seu senso de capacidade de solução das dificuldades precisa ser desenvolvido na prática desta solução.

- Independente da escolha por uma religião, a família deve produzir alguma orientação espiritual. Isto ajuda o individuo em suas escolhas e decisões quanto ao certo e ao errado.

- É necessário que ele desenvolva o senso de responsabilidade com as suas coisas e é importante que você dê o exemplo. Não se deixe levar pela facilidade do “faça o que digo não faça o que faço”. Mostre como se faz! A responsabilidade não pode ser somente uma filosofia – tem que ser uma vivência.

- Outro conceito muito importante a ser ensinado é o do limite. Seu filho não pode fazer tudo o que quer – deve entender o que é e como funciona o limite. Também deve saber que não terá tudo o que quer – na relação com os outros descobrimos que a vida não nos dá tudo. Para que ele se prepare para viver no mundo real, é necessário que aprenda a lidar com a frustração – isso fará com que crie maturidade e aprenda a valorizar suas conquistas.


Então, mãos à obra. Aposse-se destas informações e vamos iniciar, neste mesmo momento, nossa luta particular: Minha família livre das drogas!