Uma grande parte das pessoas tem uma visão equivocada a respeito da Hipnose, formada a partir dos famosos shows onde o hipnotizador parece dominar o hipnotizado, o qual passa a fazer coisas estranhas e constrangedoras, fazendo o público rir e se impressionar com o aparente poder do hipnotizador.
Em decorrência dessas situações de palco, o método acabou sendo considerado como algo místico e até perigoso. Para se ter uma idéia, os primeiros relatos sobre a prática da hipnose com fins terapêuticos vêm do antigo Egito. Desde aquela época o método vem sendo exaustivamente estudado e aperfeiçoado, pois, ficou evidente que esta técnica, utilizada por um bom terapeuta e complementada por induções (diretas ou indiretas), é um excelente coadjuvante na intervenção e tratamento de diversas dificuldades físicas e psicológicas.
Tentando desmistificar esse processo daremos algumas informações básicas:
- Hipnose = atenção focalizada.
- Hipnose não é sinônimo de terapia. Ela é uma ferramenta que pode ser usada em terapia e que ajuda a acessar o inconsciente de maneira ágil.
- Hipnose não é sinônimo de regressão. A regressão é um fenômeno que pode acontecer durante a hipnose. Nem todos regridem – principalmente pessoas mais controladas, muito pensativas e racionais.
- A princípio não há perigo na hipnose, desde que seja feita com cautela e escrúpulos, por um profissional preparado e habilitado para lidar com psicoterapia.
- O hipnotizado é levado ao “transe” – que é um estado entre a vigília e o sono (estado este, pelo qual todos nós passamos naturalmente, várias vezes todos os dias).
- A hipnose não é causada pelo poder do hipnotizador – ela acontece pela aceitação e interação da pessoa que entra em transe e deseja experienciar aquilo que se pede.
- O hipnotizador não controla o desejo do paciente – este tem liberdade para interferir no processo a qualquer tempo.
- Ninguém fica preso ao transe ou incapaz de retornar dele – no máximo a pessoa adormece - que é o passo seguinte ao transe profundo. E, como todo mundo que dorme, ela também pode ser acordada.
- No transe profundo a pessoa pode pensar que adormeceu. Mas, mentalmente é capaz de estar concentrada e com certo grau de consciência.
Alguns terapeutas trabalham com o método que chamamos Regressão. Para isso podem utilizar a hipnose, com o fim de levar o paciente ao transe antes de aplicar o método propriamente dito.
A Regressão, como ferramenta terapêutica, traz resultados muito interessantes - quando aplicado por um terapeuta treinado em lidar com os conteúdos inconscientes que emergirão.
Seu objetivo é investigar e tratar as origens da queixa trazida pelo paciente – por exemplo: A pessoa vem ao terapeuta queixando-se de uma claustrofobia. Após investigados todos os detalhes complementares ao problema, ela é levada até a primeira vez que teve contato com a emoção/sensação desconfortável. Encontrada esta origem, ela será bem investigada e, só então, o trabalho terapêutico começará. Os recursos emocionais necessários serão viabilizados e o problema será trabalhado em sua raiz.
Boa parte das pessoas que passam pelo processo tem redução dos sintomas (variando esta redução entre 10% e 100% - dependendo do caso).
O mais importante para leigo é fazer uma boa escolha quanto ao terapeuta, pois, muitos dos conteúdos acessados são emocionalmente fortes e precisam ser trabalhados. Só trazer as causas de um problema para a consciência não necessariamente trará a melhora. Não é necessário ter medo, mas sim prudência.
